Autor
Marcellus Sley
Classificação
16+
Editora
Palavra & Verso
Páginas
186
Publicação
2024
Este livro reúne quinze narrativas góticas repletas de suspense, mistério e terror no melhor estilo Edgar Allan Poe e Álvares de Azevedo. Com influências voltadas ao horror clássico e especialmente dos autores supracitados, o caráter predominante nas histórias aqui contadas são imersas em uma aura sepulcral e dotadas de profundidade psicológica contendo os mais variados temas, tais como: a solidão, a insanidade, os calafrios e angústias do isolamento, a desolação, o medo do desconhecido, o sobrenatural, e a morte. Mas há também nesta obra decadentista influências do Romantismo e da poesia Ultrarromântica, isto é, histórias sombrias com as quais o autor pretende demonstrar o que há de mais obscuro nas coisas deste e, também, de outros mundos.
RESENHA
O livro reúne quinze narrativas góticas, carregadas de suspense e mistério, que evocam o terror psicológico característico de autores como Edgar Allan Poe e Álvares de Azevedo. A ambientação lúgubre e a atmosfera de profunda inquietação são elementos centrais nas histórias, que exploram temas clássicos do horror, como a solidão, a insanidade, o medo do desconhecido e a morte.
O autor demonstra influências claras do Romantismo e da poesia Ultrarromântica, utilizando-se de uma linguagem decadente para explorar as profundezas do que há de mais obscuro, tanto no mundo real quanto no sobrenatural. A presença de temas psicológicos intensos, como o isolamento e a desolação, confere às narrativas um peso existencial, transportando o leitor para um estado de constante tensão e reflexão sobre o que há de mais sombrio na experiência humana.
Os contos não se limitam ao medo físico ou à presença de entidades sobrenaturais, mas mergulham profundamente nos medos internos, nas angústias humanas e nos aspectos mais sombrios da psique. A solidão e a desolação que permeiam as histórias refletem uma visão pessimista e ao mesmo tempo fascinante sobre a condição humana, retratando-a como frágil diante das forças incontroláveis do destino, do desconhecido e da morte.
Cada narrativa parece destinada a provocar não apenas o medo, mas uma sensação de desconforto e de questionamento. Os personagens, muitas vezes isolados do mundo ou perdidos em suas próprias realidades, são como reflexos distorcidos da própria fragilidade humana. Há uma constante interrogação sobre o que é real e o que é ilusão, o que existe dentro de nós e o que nos rodeia de forma invisível.
Além disso, o autor parece querer dialogar com a tradição do horror clássico, mas ao mesmo tempo renovando esses temas com uma profundidade psicológica que transcende o simples susto. O medo, aqui, é menos sobre o que está à espreita no escuro e mais sobre o que habita o interior da mente humana. Isso confere às histórias uma atemporalidade, fazendo-as ecoar com o leitor moderno, que se vê envolvido em suas próprias angústias e questionamentos existenciais.
Essa dualidade entre o real e o sobrenatural, o conhecido e o desconhecido, torna o livro uma leitura intrigante e perturbadora, que faz o leitor questionar as fronteiras entre a sanidade e a loucura, a vida e a morte.