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Sete Abismos: Abyssalum

Autor
Sara M. de Azevedo
Classificação
14+
Editora
Palavra & Verso
Páginas
126
Publicação
2022

Espere encontrar em Sete Abismos um universo de contos terríficos que se vinculam nas entrelinhas, causando uma imersão integral no horror de suas entranhas. Espere ser perturbado por complexas mentes de personagens distintos e por mistérios cujas faces se desvendam no absurdo; deguste de uma leitura com atmosfera hedionda que perdura mesmo nos contos mais breves. Descubra o horror que reside no inofensivo e perceba que de tudo, de absolutamente tudo, pode emergir uma monstruosidade inimaginável. Prepare seu estômago, a repugnância surgirá e ela é imprevisível.

RESENHA

Sete Abismos: Abyssalum não é apenas uma coletânea de contos de terror. É um mergulho intenso em um universo onde o medo, a repugnância e o absurdo se entrelaçam, criando uma experiência literária que ultrapassa o mero entretenimento. Desde as primeiras páginas, o leitor é conduzido a um espaço narrativo desconfortável, sombrio e visceral, onde cada história se conecta de forma sutil, revelando um grande mosaico de horror.

Um dos aspectos mais marcantes da obra é a sua atmosfera. O autor não recorre apenas a elementos clássicos do gênero, mas constrói um horror psicológico e existencial, explorando as fissuras do cotidiano. O que deveria ser simples e inofensivo ganha contornos ameaçadores, e, de repente, o leitor percebe que a monstruosidade pode surgir em qualquer lugar em um gesto rotineiro, em um pensamento comum ou até mesmo em uma lembrança aparentemente inocente. Esse deslocamento entre o familiar e o perturbador mantém a leitura em constante tensão, provocando um medo que se prolonga para além das páginas.

Os personagens apresentados em cada conto são construídos com complexidade. Suas mentes fragmentadas e suas ações muitas vezes ilógicas revelam não apenas a imprevisibilidade da natureza humana, mas também o potencial de cada indivíduo para a insanidade. A autora não entrega respostas fáceis: o absurdo e a desordem fazem parte da narrativa, desafiando a racionalidade do leitor e aprofundando a sensação de estranhamento.

Outro ponto de destaque é a escrita. Mesmo nos contos mais curtos, a linguagem é precisa, densa e impregnada de imagens perturbadoras. A escolha das palavras e o ritmo da narrativa reforçam a atmosfera hedionda, criando um efeito de imersão quase hipnótico. O leitor não apenas lê sobre o horror, mas o sente, como se estivesse diante de algo que não deveria ser visto ou experimentado.

Do ponto de vista simbólico, Sete Abismos: Abyssalum também dialoga com reflexões mais amplas. O horror aqui não é gratuito: ele revela as profundezas da mente humana, questiona os limites da sanidade e expõe a fragilidade das certezas que sustentam a vida em sociedade. Ao transformar o banal em monstruoso, o livro sugere que o verdadeiro abismo não está em criaturas sobrenaturais ou em fantasmas externos, mas dentro de nós mesmos em nossos medos, em nossas obsessões e em nossa incapacidade de lidar com o desconhecido.

Assim, esta não é uma leitura para os que buscam apenas sustos passageiros, mas para aqueles dispostos a enfrentar uma experiência transformadora. Ao final, o leitor não sai ileso: leva consigo imagens, sensações e reflexões que ecoam, revelando que o terror mais poderoso é aquele que se infiltra silenciosamente na mente e se recusa a partir.

Sete Abismos: Abyssalum é, uma obra indispensável para os amantes do gênero, mas também para todos que desejam compreender como a literatura de horror pode ser, ao mesmo tempo, perturbadora, fascinante e profundamente reveladora da condição humana.

Nota:
5/5

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Ana Carolina

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