Autor
Carlos Lana
Classificação
12+
Editora
Independente
Páginas
208
Publicação
2024
No Caos em que a Gente Brevemente se Desfaz”, Carlos Lana conduz o leitor em uma jornada emocional através dos meandros da mente e do coração de um “menino desfeito”. Lana revela em sua poesia as complexidades de problemas de identidade, traumas, vícios e dependência. Versos poderosos, imagens fortes, metáforas, uma dose de absurdo visceral e um convite ao leitor de buscar no fim de tudo um caminho no meio do caos à ordem.
A obra é um reflexo do autor, um olhar para dentro, através do espelho; e, assim, desfazer o Eu que imagina em todo o caos que é, o caos que somos na aleatoriedade da vida, brevemente. No caos em que a gente, brevemente, se desfaz.
Poemas repletos de “sonhos introjetados / momentos quebrados / promessas / e agulhas”. Cada verso é uma janela para sua alma, oferecendo aos leitores uma visão única de sua perspectiva sobre a vida, o amor e o abandono.
RESENHA
Em “No Caos em que a Gente Brevemente se Desfaz”, o autor nos oferece uma profunda imersão nas turbulências emocionais de um “menino desfeito”. Com uma escrita visceral, Lana explora as complexidades da identidade, dos traumas e das dependências, levando o leitor a uma jornada íntima através dos labirintos da mente e do coração.
Lana utiliza um estilo poético que é, ao mesmo tempo, cru e refinado. Ele não teme mergulhar nos aspectos mais sombrios da psique humana, abordando temas como vícios, traumas e a constante batalha pela autoidentidade. O “caos” mencionado no título da obra não é apenas um caos externo, mas também interno — uma tempestade que reside dentro de cada um de nós, moldando nossas percepções e ações.
A linguagem é rica em simbolismo, e suas metáforas frequentemente deixam o leitor com uma sensação de desconforto, como se estivesse testemunhando algo profundamente íntimo e revelador. O autor usa essa linguagem para criar um senso de urgência e de vulnerabilidade, levando o leitor a questionar suas próprias experiências e emoções.
Outro aspecto importante da obra é a sua estrutura. Os poemas não seguem um padrão rígido; em vez disso, eles fluem como pensamentos espontâneos, desordenados, que refletem a complexidade da mente humana. Essa abordagem não linear reforça o tema do caos, ao mesmo tempo em que convida o leitor a participar ativamente da construção de significado a partir das palavras do autor.
Além disso, o livro toca em um sentimento de transitoriedade — a ideia de que, assim como o caos, nós também somos temporários, efêmeros. O título em si, “No Caos em que a Gente Brevemente se Desfaz”, sugere uma dissolução iminente, uma fusão com o caos que eventualmente leva à perda de identidade e, possivelmente, à criação de uma nova. Essa dualidade — de desfazer-se e refazer-se — permeia toda a obra e oferece um vislumbre da luta interna entre destruição e renovação.
É uma obra que desafia o leitor a abraçar a complexidade e a ambiguidade da experiência humana. O autor oferece mais do que apenas poesia; ele oferece uma exploração profunda da condição humana, convidando-nos a nos perdermos em seu caos e, talvez, encontrarmos a nós mesmos em meio a ele.