Autor
Maria José de Melo
Classificação
16+
Editora
Beija-Flor
Páginas
254
Publicação
2025
Aos doze anos, Amora era uma criança como tantas outras meninas da sua idade, até aquela tarde, no verão de 2002, quando teve sua ingenuidade violada. Uma “bomba atômica” cairia sobre ela, deixando-a imersa numa tentativa de compreender as mudanças psicológicas da adolescência e da fase adulta, as quais se entrelaçavam com uma experiência traumática, levando-a a desenvolver um trauma profundo relacionado ao ato violento.
Silêncio, culpa, desconfiança, insegurança e medo faziam parte do mundo da menina-adulta violentada, sentimentos que perduraram até o despertar da primavera de 2021.
Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto é uma memória forte, pois traz como pano de fundo os momentos traumáticos e a constante busca interna e externa de uma mulher, além de apresentar caminhos possíveis de como podemos derrubar os muros do silêncio ao entorno da violência sexual. Amora, de forma aguerrida, mostra um caminho possível a partir da sua superação.
RESENHA
Memórias Literárias de Amora: uma carta-manifesto é uma narrativa profundamente tocante e necessária, que transforma a dor em resistência e a memória em instrumento de denúncia e cura. A partir da sinopse, compreendemos que o livro acompanha a trajetória de Amora, uma menina de doze anos cuja vida é marcada por um evento traumático — um abuso sexual que rompe com sua infância e a lança prematuramente em um universo de silêncio, culpa, medo e insegurança.
A obra se constrói como um híbrido entre relato íntimo e manifesto político. Ao revisitar suas memórias, Amora não apenas compartilha as cicatrizes deixadas pela violência, mas também oferece um retrato sensível e corajoso das transformações psicológicas que acompanharam sua adolescência e entrada na vida adulta. Seu relato se estende até a primavera de 2021, quando ela finalmente encontra forças para romper os muros do silêncio que a aprisionavam.
Com uma escrita densa e honesta, Memórias Literárias de Amora não busca apenas comover o leitor, mas provocar reflexão e abrir caminhos de diálogo sobre um tema ainda cercado de tabu: a violência sexual e suas consequências devastadoras. A obra cumpre um papel social ao mostrar, a partir da experiência singular da protagonista, que a superação é possível — e que falar é, por si só, um ato revolucionário.
Mais do que uma autobiografia, o livro é um grito de resistência e um convite à empatia. É leitura essencial para quem deseja compreender, acolher e transformar a realidade de tantas Amoras silenciadas pelo medo.
UM LIVRO INCRÍVEL E EXTREMAMENTE NECESSÁRIO