Autor/a
Thomas B. Allen
Tradução
Eduardo Alves
Editora
Darkside
Páginas
272
Publicação
2016
“LIVRAI-NOS DE TODO O MAL, AMÉM.” Um fenômeno quase paranormal atingiu o mundo em 1973. Multidões sofreram de náuseas, desmaios, alucinações e calafrios, numa histeria coletiva sem precedentes. Todos aparentemente possuídos por um filme: o já clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin e adaptado do romance que o roteirista Willian Peter Blatty lançara dois anos antes e que completa 45 anos em 2016.Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter Lety não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um exorcismo de verdade. A história real aconteceu em 1949, e você pode conhecê-la ― se tiver coragem! ― no livro EXORCISMO, do jornalista Thomas B. Allen, lançamento da DarkSide Books em 2016. Exorcismo narra em detalhes os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia que achava ser possível se comunicar com os mortos. Thomas B. Allen contou com uma santa contribuição para a pesquisa do seu trabalho. Ele teve acesso ao diário de um padre jesuíta que auxiliou o exorcista Bowdern. Como resultado, seu livro é considerado o mais completo relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média
RESENHA
Na trama vamos conhecer a história de Robert Mannhein, nome fictício dado para um garoto que vivia com os pais no subúrbio de Maryland. A família acaba de sofrer a perda de uma tia bastante próxima. Ela tinha um lado bastante espiritualizado e quando ainda estava viva, deu de presente a Robbie uma tabua ouija, jogo onde passavam horas brincavam juntos.
Após a morte inesperada da tia, o garoto começa a apresentar comportamentos e sintomas estranhos, além disso tudo, eventos fora do normal começam a acontecer pela casa da família e lesões aparecem pelo corpo da criança.
A partir desses eventos, a família decide então buscar ajuda médica para entender o que está acontecendo com o menino, mas acabam não obtendo sucesso, eles então tomam a decisão de procuram um padre luterano (religião que a família seguia) para obter respostas, e mesmo presenciando os eventos, conversando com a família e com Robbie, não conseguiram chegar a nenhuma conclusão também, pois com relação a possessão demoníaca, um pastor luterano não seria capaz de ajudar Robbie e sua família, visto que luteranos e católicos possuem visões diferentes sobre o fenômeno.
Após procurarem a ajuda médica e pastores, sem sucesso nenhum, a família parte em busca de outra orientação religiosa e a respeito deste ponto nos é apresentada uma discussão bastante interessante no livro. Mesmo sendo luteranos, a família acaba procurando a igreja católica, pois somente ela é capaz de executar exorcismos. Com isso, somos apresentados ao padre William Bowdern e seu assistente, o padre Raymond J. Bishop, que escreveu os diários e que ajudou a família.
O autor investigou um caso real e transformou-o em livro, além de nos contar toda a história por trás do exorcismo, ele entrevistou diversas pessoas, entre elas o Padre Halloran, o qual entregou uma cópia do diário escrito pelo Padre Raymon J. Bishop.
Baseado em relatos e no que encontrou no diário, Thomas descreve desde os primeiros momentos em que Robbie e sua tia tem contato com o tabuleiro Ouija até as crises e rituais de exorcismo, praticado na tentativa de salvar a vida do garoto.
Se você espera que Exorcismo seja um livro ainda mais aterrorizador que o clássico, trago a notícia que este não será o livro indicado para isso. Por se tratar de uma não-ficção, o livro transpassa muito mais o âmbito jornalístico do que qualquer outra coisa. É possível se aprofundar em todas as burocracias da igreja, as hierarquias de poder dentro dela e em todo o processo que qualifica um caso, ou não, como a de uma possessão demoníaca. Bowdern descarta diversas coisas antes de ter certeza do diagnóstico e mesmo diante dos fatos, em nenhum momento a informação fica claramente resolvida.
A editora Darkside, fez um excelente trabalho no livro, onde é possível encontrarmos um tabuleiro real de Ouija, incluindo a palheta para se jogar (se você tiver coragem, rs.), nas páginas finais e o encontra-se o diário do padre Raymond J. Bishop, o mesmo que serviu de base para Thomas escrever o livro, além da clássica capa dura, que ficou muito bonita.
O fato de ser um relato do que realmente aconteceu, contribui muito para que o livro se torne uma leitura válida. É uma leitura que interessante e que deve agradar os mais curiosos. Porém, por outro lado, por ser de esfera religiosa, contendo rezas e passagens bíblicas, pode ser um livro para poucos.
Todo e qualquer conhecimento é sempre interessante e bem-vindo, principalmente quando se trata de exorcismo, assunto esse que após anos continua sendo mantido sobre sigilo pela igreja católica. O livro de Thomas B. Allen é considerado o mais completo relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média, não é à toa que é um livro tão incrível, é um relato neutro dos acontecimentos, dando a opção de o leitor acreditar no que realmente aconteceu no caso Robbie Mannheim, que por anos foi recebido com descrença e ainda sem explicação.
Para finalizar, digo, se você acredita ou se você não acredita em demônios e possessões demoníacas, este livro irá testar sua crença e deixar no mínimo reflexivo sobre o tema.