Autor
Kealan Patrick Burke
Classificação
18+
Editora
Skull
Páginas
336
Publicação
2024
Em um dia escaldante de verão em Elkwood, Alabama, Claire Lambert cambaleia nua, ferida e meio cega para longe da cena de uma atrocidade. Ela é a única sobrevivente de um pesadelo que custou seus amigos e, enquanto ela reza por resgate, os assassinos – uma família de lunáticos canibais – estão se aproximando. Um soldado que sofre de transtorno de estresse pós-traumático retorna do Iraque com a notícia de que seu irmão está entre os assassinados em Elkwood. Na nevada Detroit, uma garçonete presa em um relacionamento abusivo recebe uma visita inesperada que a levará a um derramamento de sangue e a enviará de volta à estrada para um passado que ela passou anos tentando fugir. E Claire, a única sobrevivente do Massacre de Elkwood, assombrada por seus amigos mortos, sonha com vingança… um sonho que será realizado quando a dor e a raiva transformarem pessoas boas em assassinos de sangue frio e forçarem alianças entre estranhos. É hora de voltar para Elkwood. No espírito de clássicos icônicos do terror como O Massacre da Serra Elétrica e Pânico na Floresta, Depois de Elkwood começa no final e estuda as possíveis consequências para os sobreviventes de tais traumas após seu retorno ao mundo real – a culpa, a dor, a sede de vingança – e os coloca em uma jornada impensável… de volta ao coração das trevas.
RESENHA
Depois de Elkwood, nos apresenta uma história que vai muito além do terror visceral e do horror imediato. O livro, situado em Elkwood, Alabama, no calor sufocante do verão, começa onde outros filmes e narrativas de terror clássico terminariam: no rescaldo de uma tragédia terrível.
Claire Lambert é a única sobrevivente de um massacre brutal realizado por uma família de lunáticos canibais. Despida, ferida e em choque, ela consegue escapar, mas a tragédia a persegue. A partir desse ponto, o livro mergulha nas consequências psicológicas e emocionais de um trauma tão profundo, não só para Claire, mas para todos os personagens que, de uma forma ou de outra, acabam envolvidos na tragédia de Elkwood.
O ponto forte da narrativa reside na sua exploração das reações humanas ao trauma. Claire, assombrada pela perda de seus amigos, alimenta uma sede de vingança que consome suas energias. Ao mesmo tempo, o autor nos apresenta um soldado atormentado pelo transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) após retornar do Iraque, apenas para descobrir que seu irmão foi uma das vítimas do massacre. E há também uma garçonete em Detroit, presa em um relacionamento abusivo, que se vê de volta às suas próprias raízes sombrias.
Esses personagens, distintos e fragmentados por suas próprias dores, acabam sendo conectados pela dor e pela busca por justiça – ou, no caso de alguns, vingança. O livro constrói uma jornada angustiante, explorando como a raiva e o sofrimento podem transformar pessoas comuns em algo muito mais sombrio e violento. As alianças forjadas entre esses estranhos são frágilmente mantidas pela vontade de encontrar alguma resolução no caos que foi Elkwood.
No espírito de clássicos como “O Massacre da Serra Elétrica” e “Pânico na Floresta”, o terror aqui não reside apenas nos canibais ou nos cenários grotescos, mas nas consequências psicológicas. O autor estuda a culpa, o desejo de vingança e a dor que corrói lentamente os sobreviventes de traumas extremos. “Depois de Elkwood” é, em última análise, uma narrativa que examina a linha tênue entre a sanidade e a loucura, entre o bem e o mal, e como a dor pode ser uma força poderosa o suficiente para arrastar qualquer pessoa ao abismo.
Com uma escrita envolvente e uma premissa inteligente, o livro consegue equilibrar momentos de terror puro com reflexões psicológicas profundas sobre os efeitos do trauma. Para fãs de terror que apreciam uma abordagem mais densa e introspectiva, “Depois de Elkwood” é uma leitura indispensável.