Autor
Juliana Pereira
Classificação
16+
Editora
Beija -flor
Páginas
204
Publicação
2024
“Quando ser especial é tudo o que sou, devo abraçar minha identidade com todas as forças.”
Mariana sempre soube que era diferente, mas o diagnóstico tardio de autismo chegou para abalar toda a sua vida.
Como se a adolescência não fosse desafio suficiente, Mariana precisa lidar com uma mudança de cidade feita às pressas devido a uma mancha no passado que assombra sua família. Enquanto luta por independência, problemas na escola nova a deixam à beira do abismo.
Agora ela precisa descobrir sua identidade autêntica e aprender a abraçar suas peculiaridades como parte integrante de quem ela é, assim como encontrar uma forma de expressão que seja sua.
A obra envolve momentos de autorreflexão, crescimento pessoal e celebração de habilidades únicas, temperadas pelos encantos e desafios do primeiro amor.
A protagonista desta história é uma representação de uma adolescente autista, inspirada em pesquisas e nas experiências da autora deste livro. Ela não abrange toda a diversidade do autismo. Como um transtorno do neurodesenvolvimento, o autismo é um espectro de infinitas possibilidades, e cada pessoa é única.
Ajude a combater generalizações e respeite as diferenças, contribuindo para criar um mundo inclusivo e empático para todas as pessoas, independentemente de sua neurodiversidade.
RESENHA
A trama apresenta a história de Mariana, uma jovem que enfrenta grandes desafios em um período delicado de sua vida. O diagnóstico tardio de autismo desencadeia uma série de questões internas e externas que transformam sua percepção de si mesma e do mundo ao seu redor.
Mariana já sabia que era diferente, mas esse diagnóstico serve como um ponto de virada, trazendo à tona dúvidas e inseguranças, ao mesmo tempo em que oferece a possibilidade de autoconhecimento. A transição da adolescência, uma fase repleta de transformações, é agravada pela necessidade de se adaptar a uma nova cidade, para onde se muda devido a um segredo do passado familiar. Esse contexto a coloca em uma posição vulnerável, tanto em casa quanto na nova escola, onde ela enfrenta problemas que a empurram para uma crise existencial.
A jornada de Mariana é sobre a busca por identidade e aceitação, tanto das suas peculiaridades quanto das marcas de sua trajetória. A autora aborda a luta de Mariana por independência e a maneira como ela tenta encontrar uma forma única de expressão, o que parece ser o cerne de sua transformação pessoal. A história promete uma narrativa profunda, explorando temas como autoconhecimento, aceitação e a superação dos desafios impostos por fatores internos e externos, tudo isso em meio ao cenário tumultuado da adolescência.
A narrativa de Mariana não se limita apenas ao diagnóstico de autismo ou aos desafios da mudança. Ela se aprofunda em questões universais de aceitação e pertencimento, mostrando como o autoconhecimento é uma jornada pessoal complexa, especialmente para quem lida com características que fogem às expectativas sociais. O diagnóstico tardio faz Mariana repensar aspectos de sua vida, questionando não só suas interações com os outros, mas também sua relação consigo mesma.
O texto explora o desejo de ser aceita e a necessidade de preservar a autenticidade. A escola nova, um ambiente tradicionalmente desafiador para qualquer adolescente, intensifica o isolamento e a sensação de inadequação, mas também oferece a Mariana a oportunidade de reavaliar o que realmente significa ser parte de algo.
Outro aspecto interessante é a menção de uma “mancha no passado” que assombra sua família, o que insere uma camada de mistério à trama e sugere que os desafios de Mariana não são apenas individuais, mas também familiares. Esse contexto dá à narrativa um tom de suspense e faz com que a busca por identidade e expressão da protagonista seja ainda mais significativa, pois ela não só lida com suas peculiaridades pessoais, mas também com o peso do passado familiar.
A história de Mariana é uma reflexão sensível e inspiradora sobre a importância de abraçar quem somos, independentemente das adversidades, e de encontrar formas de nos expressarmos de maneira autêntica em um mundo que frequentemente nos pede para nos moldarmos às expectativas dos outros.