Autor
Rafael Hori
Classificação
14+
Editora
Independente
Páginas
59
Publicação
2020
Já imaginou ver sua melhor amiga morrer na sua frente 220 vezes e não conseguir salvá-la? Daniel também não… Claro, até se descobrir preso num loop temporal que se reinicia toda vez que Laura é atropelada, baleada ou esmagada por uma árvore. Desesperado, ele se lança numa jornada perigosa, acreditando que, se mantiver Laura a salvo dos acidentes até o dia seguinte, quebrará a maldição. Mas o preço para se libertar pode ser mais caro do que Daniel imagina. Estaria ele disposto a pagá-lo?
RESENHA
A trama acompanha Daniel, um adolescente comum que vê sua rotina virar um pesadelo quando sua melhor amiga, Laura, começa a morrer repetidamente diante de seus olhos — e ele é o único que se lembra. Preso em um ciclo temporal angustiante, Daniel revive o mesmo dia 220 vezes, tentando desesperadamente impedir a morte de Laura, que acontece sempre de forma diferente e brutal.
A narrativa, ao mesmo tempo ágil e emocionalmente intensa, combina mistério, amizade e sacrifício. A cada nova tentativa de salvar Laura, Daniel se transforma, revelando o peso emocional de conviver com a impotência e a culpa. O leitor é levado a refletir sobre o valor da vida, o limite das nossas ações e até onde alguém está disposto a ir por quem ama.
Ao longo das 220 repetições do mesmo dia, o livro conduz o leitor por uma jornada cada vez mais sombria e intensa. Daniel não apenas tenta impedir a morte de Laura, mas começa a investigar as circunstâncias por trás do looping temporal, o que adiciona uma camada de mistério instigante à narrativa. A tensão aumenta a cada tentativa frustrada, e o peso psicológico das mortes sucessivas coloca o protagonista à beira do colapso, o que humaniza ainda mais sua trajetória.
O relacionamento entre Daniel e Laura é o coração pulsante da história. Não se trata apenas de salvar uma vida, mas de preservar uma amizade profunda diante do inevitável. Os diálogos carregam emoção genuína, e os momentos de ternura contrastam com a violência dos acidentes, criando um equilíbrio que torna a leitura ainda mais impactante.
Além disso, o autor explora de forma sutil questões filosóficas e existenciais: o tempo como prisão, o destino como desafio, e o amor como força de transformação. As 220 Mortes de Laura Lins é mais do que uma aventura adolescente com toques sobrenaturais — é uma história sobre coragem, empatia e a dolorosa beleza de se importar com alguém a ponto de desafiar as próprias leis do universo.
Com um enredo original e reviravoltas surpreendentes, o livro é uma leitura envolvente para quem gosta de histórias que misturam emoção, suspense e dilemas morais. Ao final, resta a pergunta: será que Daniel conseguirá quebrar o ciclo — e, se sim, a que custo?