Em um cenário distópico e sombrio, onde a sociedade é submetida a uma tempestade de caos e desespero, emerge um vírus capaz de destruir toda humanidade. Esta narrativa irresistível nos transporta para um mundo assolado pelo medo e pela selvageria, onde a civilização sucumbe à sua própria podridão.

Escrito com um diálogo intenso e impactante, a autora nos conduz por ruas transformadas em um campo de batalha onde a insanidade toma conta gradualmente das mentes humanas. A metáfora da disseminação do vírus como lava incandescente é poderosa, retratando a rapidez e a voracidade com que o caos se espalha, engolindo tudo em seu caminho.

O colapso da ordem social é retratado de maneira brutal, com pais se voltando contra seus próprios filhos e irmãos se transformando em predadores vorazes. A inversão dos papéis sociais, onde as crianças indefesas se tornam alvos vulneráveis, é um elemento especialmente angustiante, ressaltando a desintegração dos valores humanos mais básicos.

Ao longo da leitura, somos confrontados com reflexões profundas sobre a natureza humana e seus limites. A narrativa nos desafia a questionar até onde podemos chegar quando confrontados com o pior de nós mesmos. Afinal, até que ponto somos capazes de manter nossa humanidade diante do caos e da desolação?

A trama nos prende do início ao fim, mesmo apresentando algumas falhas no enredo, como a falta de explicações a respeito de como conseguiram alimentos e como mesmo passado anos, ainda se encontram na validade, a origem do vírus, os testes realizados no hospital psiquiátrico e alguns erros ortográficos que precisam ser revisados, a história tem bastante potencial.

“A cura” é uma obra que não apenas entretém, mas também perturba e instiga à reflexão. Uma aventura sombria e emocionante que nos leva a explorar os abismos da alma humana, enquanto testemunhamos a fragilidade da civilização diante da ameaça do próprio homem.

Livro lido em parceria com a Editora Skull 💀